quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

9º FÓRUM DE MOBILIZAÇÃO ANTIMANICOMIAL/FMA 6ª MOSTRA DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL/MAP DO SERTÃO DO SUBMÉDIO SÃO FRANCISCO



Quem não sonha o azul do voo,
Perde seu poder de pássaro.
(Thiago de Mello)


Caras e caros cidadãs e cidadãos,
O 9º Fórum de Mobilização Antimanicomial/FMA e a 6ª Mostra de Atenção Psicossocial/MAP do Sertão do Submédio São Francisco, eventos conjugados, já têm data e local para acontecer: 27, 28 e 29 de maio de 2020, no Complexo Multieventos da Univasf, situado no campus de Juazeiro/BA.
O tema definido para o evento, “Vento engarrafado não empina pipa e nem faz o cabelo voar”, constitui o mote para que os debates, trocas e encontros propiciados foquem no compartilhamento de experiências de cuidado em Saúde Mental/Atenção Psicossocial que apoiam o fortalecimento do projeto de um sertão sem manicômios, à luz das conquistas do processo de Reforma Psiquiátrica iniciado em nosso país no final da década de 1970.
Desse modo, pautaremos a potência da perspectiva antimanicomial nos investimentos e percursos de cuidado construídos na Rede de Atenção Psicossocial/RAPS, com destaque à região do Submédio São Francisco. A proposição é clara: reafirmar a defesa de que o cuidado em Saúde Mental aconteça no território, ativando familiares e comunidade, compromissando-se com a construção de estratégias singulares para lidar com a complexidade de aspectos que atravessam a existência humana e produzem sofrimento.
Discutir o cuidado em Saúde Mental, valorizando as construções no âmbito do Paradigma da Atenção Psicossocial e da Redução de Danos, tendo em vista o vasto acúmulo de experiências potentes em nosso país, requer uma análise de marcadores sociais e suas implicações para a saúde/saúde mental. Assim, a máxima do psiquiatra italiano Franco Basaglia, “pôr a doença entre parênteses”, uma grande referência para a Reforma Psiquiátrica Brasileira, se reinveste de sentido terapêutico, convidando a um reinventar permanentemente da clínica, dada as singularidades de cada processo.
Pretendemos que os intercâmbios se intensifiquem nas rodas da 6ª Mostra de Atenção Psicossocial, que abrirá espaço para narrativas de experiências sobre o cuidado que tem sido construído diariamente nos territórios, garantindo-se voz a profissionais, estudantes, usuárias/os e familiares.
Convidamos todas e todos em sintonia com essa atmosfera para estarem conosco ao longo do 9ºFMA/6ªMAP. Ele somente se fortalecerá pela presença de cada pessoa que aposta que vale a pena seguir lutando por um mundo em que todos/as caibam, em um contexto democrático, mediante o aprendizado de uma atitude de respeito à diversidade dos humanos e à garantia de direitos fundamentais.
Saúde Mental e Direitos Humanos é seguramente uma articulação já tida como indispensável, que vem sustentando a produção do FMA/MAP no Vale do São Francisco e que se reforça nessa edição, em meio a um cenário global e local de muitos questionamentos e retrocessos no campo das políticas públicas no que tange ao reconhecimento da pluralidade e singularidade de modos de existir.
Para acompanhar todas as informações sobre a Programação, incluindo inscrições e submissão de trabalho, acompanhe-nos nas redes sociais:
Instagram: @numanssertao




Saudações Antimanicomais!

Atenciosamente,
Núcleo de Mobilização Antimanicomial do Sertão/ Numans
Comissão Organizadora do 9° FMA/6ªMAP

segunda-feira, 7 de maio de 2018

sábado, 28 de abril de 2018

O NUMANS apoia a classe Artística de Petrolina/PE: nenhum direito a menos!

O Blog Meu Partido é a Cultura compartilhou o texto que segue abaixo. Trata-se do posicionamento da Classe Artística de Petrolina relacionada às imposições arbitrárias e preconceituosas sobre o acesso e desenvolvimento das atividades artísticas que acontecem no município. 
O NUMANS compreende que as decisões que estão saindo da Câmara de Vereadores, àquela que deve representar o povo petrolinense, se assemelha a posturas adotadas durante o período de Ditadura Militar, marcado pelo silenciamento dos corpos e das pessoas, pela censura e por violências diversas. 
As Leis nº  131/2017 e 3.012/2018, que respectivamente proibem discussões de gênero nas escolas e o acesso de menores de 18 anos a apresentações artísticas são resultado das pautas que querem retroceder e mudar o contexto de acesso à Direitos! 
A Educação e a Arte são ferramentas de fortalecimento, empoderamento e vivência da cidadania e não devem ser utilizadas como recursos de atuação das perspectivas manicomiais, higienistas que legitimam preconceitos e violências.
Estamos atentas/os e não iremos retroceder!
A nossa luta também é pela arte, pois sem arte não é possível produzir vida e saúde, não é possível construir possibilidades de se reinventar e resistir às opressões diárias e aos determinantes que atravessam nossa saúde!


Artistas profissionais e amadores, além de educadores e gestores de instituições que promovem a atividade artística em Petrolina, lançaram nesta quinta-feira (26) um manifesto contra a Lei nº 3.012/2018, publicada na edição desta quarta-feira (25) do Diário Oficial do município. De autoria do vereador Rodrigo Teixeira Araújo (PSC), a Lei proíbe o acesso de jovens menores de 18 anos em exposições de obras e espetáculos que contenham nudez, conteúdo devasso, libidinoso ou imoral, ainda que com a autorização dos pais. Como infração aos equipamentos culturais que descumprirem essa determinação ou não afixarem a proibição prevista na Lei, serão aplicadas multas de até 1000 UFM (Unidade Fiscal do Município), interdição do estabelecimento e cassação da licença de funcionamento.

No manifesto, os artistas argumentam que a Lei nº 3.012/2018 viola preceitos constitucionais básicos, como a liberdade de pensamento e expressão artística, extrapola a competência legislativa do município ao legislar sobre a proteção à infância e à juventude, faz uso de conceitos genéricos e indeterminados para se referir às obras, retira dos pais o poder de tutela sobre a educação de seus filhos para conferir aos órgãos fiscalizadores do município o poder de cerceamento da expressão artística, institui censura prévia e coloca o artista sob o julgamento moral e subjetivo de um fiscal ou censor. “A perseguição à arte é um dos primeiros sintomas do estabelecimento de um clima de fascismo e ditadura no país”, afirma o documento, que a seguir pode ser lido na íntegra:

Manifesto contra Lei que tolhe a atividade artística em Petrolina

Nós, cidadãos/ãs, profissionais e amadores/as da área artística e cultural, educadores/as de artes e gestores/as de instituições que promovem a atividade artística no município de Petrolina, vimos a público nos manifestar contra a Lei nº 3.012/2018, de autoria do vereador Rodrigo Teixeira Araújo (PSC), publicada no Diário Oficial do dia 25 de abril de 2018. A Lei, em cuja ementa afirma-se dispor “sobre a proibição do ingresso em exposição de obras de arte e espetáculos que disponham de conteúdo impróprio para crianças e adolescentes”, é um grave ataque a preceitos invioláveis, como a liberdade de pensamento e expressão artística, garantidos pela Constituição da República Federativa do Brasil.

Em seus quatro artigos e cinco parágrafos, a Lei desrespeita frontalmente o artigo 5° da Constituição, que, em seus incisos IV e IX, garantem o direito à livre “manifestação do pensamento” e à liberdade de “expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença”. Além disso, extrapola a competência legislativa do município, em face da usurpação da competência geral estabelecida no artigo 24, inciso XV, da Constituição Federal, que afirma expressamente competir à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar sobre a “proteção à infância e à juventude”. A Lei nº 3.012/2018, em essência, incorre em preocupante inconstitucionalidade formal.

Ademais, em seu artigo 1°, quando resolve dissertar sobre a proibição da entrada de crianças e adolescentes em exposições de obras de artes e espetáculos, repete enunciados já previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), sobre o acesso de crianças ou adolescentes às diversões e espetáculos públicos classificados como adequados à sua faixa etária. Entretanto, faz uso de conceitos genéricos e indeterminados para se referir às obras, como “imoral”, “devasso” e “libidinoso”, causando insegurança à atividade artística ao instituir censura prévia e colocar o artista sob o julgamento moral e subjetivo de um fiscal ou censor. É relevante lembrar aos senhores parlamentares que noções de moralidade são definidas a partir da vinculação de um indivíduo a princípios religiosos, éticos e filosóficos de uma comunidade ou grupo social, isto é, variam de acordo com a formação individual do ser humano. Nesse contexto obscurantista, a Lei retira dos pais o poder de tutela sobre a educação de seus filhos para conferir aos órgãos fiscalizadores do município o poder de cerceamento da expressão artística, o que, além de inconstitucional, demonstra ser um movimento de criminalização da atividade artística por parte de setores conservadores da política local.

Avançando na análise da Lei, os artigos 2° e 3° afirmam que os estabelecimentos deverão fixar em local visível e de fácil acesso ao público aviso contendo a proibição prevista na Lei e que a infração acarretará ao infrator, proprietário ou responsável do espetáculo multa de até 1000 UFM (Unidade Fiscal do Município), interdição do estabelecimento e cassação da licença de funcionamento. Ou seja, mesmo usando termos indeterminados, genéricos e subjetivos, violando preceitos básicos da Constituição e extrapolando sua competência federativa, a Lei chega ao despropósito de ameaçar fechar estabelecimentos dedicados à livre expressão das atividades artísticas e culturais.

Ora, ao invés de propor Projetos de Lei que incentivem o desenvolvimento de atividades artísticas e culturais em um município tão carente de iniciativas desse tipo, o que a Câmara de Vereadores de Petrolina tem a oferecer aos artistas e ao respeitável público é a ameaça de fechamento dos poucos equipamentos culturais disponíveis para a livre expressão das artes. É ainda mais triste quando recordamos que o projeto de construção do Teatro Municipal de Petrolina se arrasta há quase duas décadas e a única Lei municipal que incentiva a produção artística, o Festival Geraldo Azevedo da Canção, não é cumprida há oito anos. Será que os vereadores de Petrolina estão preocupados com isso? O que têm feito para exigir a construção do Teatro e a realização do Festival? Quais Projetos de Lei de incentivo à produção artística foram aprovados nesta legislatura?

Ainda mais preocupante é saber que Leis como essa se repetem, inclusive com o mesmo texto, em diversas câmaras de vereadores de municípios brasileiros, como parte de uma crescente e obscura articulação nacional de parlamentares reacionários, cujos propósitos são os de perseguir a produção artística e a livre manifestação de pensamento, espalhar a censura prévia e colocar em xeque a nossa tão frágil democracia. O angélico argumento é sempre o mesmo: “proteger as crianças e adolescentes contra toda influência que contraria a moral e os bons costumes”, como justificou o parlamentar Rodrigo Teixeira Araújo.

A perseguição à arte é um dos primeiros sintomas do estabelecimento de um clima de fascismo e ditadura no país.


Assinam grupos:
Associação Raízes
Cia Biruta
Coletivo Incomum de Dança
Coletivo Passarinho
Coletivo Trippé
Confraria 27
Clã Virá
Cia Balançarte
Cia de Teatro Sarau das Seis
DRAVIS - Diretório Acadêmico de Artes Visuais  
Experiment’ai
Grupo Percussivo Baque Opará
Lugar de Terra
NED - Nucleos de Estudos em Dança
Núcleo Biruta de Teatro
Pé Nu Palco Grupo de Teatro
Qualquer Um dos 2 Cia de Dança
TPA – Teatro Popular de Artes
Trup Errante


ASSINE TAMBÉM PELA LIBERDADE: Petição Pública

Movimentos Sociais construindo a Tenda Marielle Franco!

A Tenda Marielle Franco, que partiu da construção da Tenda Paulo Freire, que já foi Tenda Marcus Matraga, está sendo construída com a parceria e experiência de luta de alguns movimentos sociais de mulheres que atuam aqui no Vale do São Francisco!
Sem estas mulheres na construção não seria possível pautar a diversidade de mulheres - e reconhecemos que ainda pode faltar. 
Todas juntas pelo combate da violência contra as mulheres e contra todas as formas de opressões.
Todas pela vida e pela Saúde Mental das Mulheres!




Rede de Mulheres Negras de Pernambuco 

Antirracista e feminista, a Rede de Mulheres Negras articula a luta da população negra às pautas e questões das mulheres negras. Nesse sentido, coloca-se contra toda e qualquer forma de opressão que atinja o povo preto e, em um viés interseccional, atenta-se para as especificidades e reivindicações das mulheres negras. 
Nesse sentido, coloca-se na construção da Tenda Marielle Franco como porta-voz dessas categorias, reivindicando seus locais de fala e discursando a respeito de nossas realidades e pautas diárias que nos acompanham desde séculos atrás até a conjuntura política atual, afetada por mais um golpe que nos atinge diretamente.
A Rede de Mulheres Negras surge como mais uma das organizações combativas articuladas por mulheres negras, começando a ser moldada na Marcha das Mulheres Negras que em 2015 levou cerca de 60 mil mulheres pretas para um ato em Brasília. Carregando a Ancestralidade como base, construímos entre mulheres jovens e militantes de longo histórico no movimento negro o que queremos para o futuro do nosso povo. Sigamos juntas, pelo fim do racismo, do patriarcado, e pela modificação do sistema que diariamente nos impede de viver. 
Avante, povo negro!



 Associação Sertão LGBT Vale do São Francisco

A associação Sertão LGBT - Vale do São Francisco iniciou em 2016 afim de abrir a discussão de políticas públicas para população LGBT em todo sertão do São Francisco entendendo a emergência de lutar contra as violências e preconceitos que chamamos de LGBTfobia. Demos início a nossas atividades através da 1ª marcha da diversidade na cidade de Juazeiro BA juntamente com a prefeitura no dia 7 de setembro com a presença de 30 jovens fazendo gritos de guerra, palavras de ordem em todo o percurso do desfile. Seguido disso, a 1ª marcha da diversidade de Petrolina no aniversário da cidade, dia 21 de setembro, com mais de 500 pessoas na rua se expressando, existindo, resistindo e reivindicando mais espaço na sociedade petrolinense. 
Daí então cresceu a discussão de gênero e sexualidade em todo território do São Francisco. Temos representantes em remanso, Curaçá, Santa Maria da Boa Vista, Sobradinho entre outros municípios. A maior parte dos associados residem em Juazeiro e Petrolina. A associação é apartidária dentro da linha política de esquerda. 



Coletivo SexualidadeS no Plural 

O Coletivo SexualidadeS no Plural é um grupo feminista que tem como objetivo a promoção de ensino, pesquisa e intervenção em relação às questões de gênero, sexualidades e suas interseccionalidades. Atua, no âmbito da academia, com atividades voltadas à garantia da saúde e direitos sexuais, além do combate às violências de gênero através de ações interdisciplinares como rodas sáficas, oficinas e vivências. 
Tendo mais de um ano de formação na Univasf, o Coletivo também funciona como resistência às opressões presentes na conjuntura atual, especialmente nos espaços acadêmicos de formação. 





Fórum Acadêmico de Saúde

O Fórum Acadêmico de Saúde (FAS) tem sido uma experiência de construção coletiva de discentes de diversos cursos de saúde de instituições de ensino públicas, que têm se reunido na busca da ampliação do contato com o Sistema Único de Saúde (SUS) ainda na formação acadêmica, além da realidade do território onde este sistema atua e a população por ele atendida.
 O FAS na Universidade Federal do Vale do São Francisco partiu do sentimento de afetação gerado pelo projeto de Vivências e Estágios na Realidade do SUS (VER-SUS) ao longo das quatro edições anteriores à sua criação, logo, no ano de 2016, após a realização da quarta vivência, o coletivo foi fundado. O referido fórum busca promover ações voltadas à construção de espaços de discussão, formação, organização e luta por garantia de direitos. 
O FAS/UNIVASF parte do pressuposto de que lutar por uma saúde pública, humana, equânime e universal é reconhecer as especificidades dos povos (Populações do Campo, das Águas e das Florestas, Negras e Negros, mulheres, LGBTs etc), legitimando-os como sujeitos de direitos, e, assim, defender o SUS é lutar por uma sociedade livre de opressões, além de lutar por uma formação profissional com estrutura curricular que se aproxime do cotidiano dos serviços de saúde.





Marcha Mundial da Mulheres – Núcleo Sertão

A Marcha Mundial das Mulheres nasceu no ano 2000 como uma grande mobilização que reuniu mulheres do mundo todo em uma campanha contra a pobreza e a violência. Entre os princípios da MMM estão a organização das mulheres urbanas e rurais a partir da base e as alianças com movimentos sociais. Nesse sentido, defendemos a visão de que as mulheres são sujeitos ativos na luta pela transformação de suas vidas e que ela está vinculada à necessidade de superar o sistema capitalista patriarcal, racista, homofóbico e destruidor do meio ambiente. No Brasil, atualmente, a MMM está organizada em 20 estados em núcleos e comitês, nas cidades e estados. Assim, surge em 2012 o Núcleo Sertão com mulheres de Petrolina e Juazeiro, no entanto, é em 2015, após o feminicídio de Rosilene do Rio e o início das movimentações que levaram para o Golpe contra a Presidenta Dilma, que as ações voltam mais orgânicas. Nos baseamos no tripé: formação, organização e luta e ao longo dos caminhos foram desenvolvidas uma série de ações, entre elas, a Escola de Formação Feminista do Vale do São Francisco, construída em conjunto com outros movimentos sociais. Além disso, participamos dos atos contra o Golpe e posteriormente contra as reformas da previdência e trabalhista e estivemos no acampamento pela democracia em Brasília. Compomos a Frente Brasil Popular, participamos da organização do Curso de Realidade Brasileira (Vale do São Francisco) e do Jornal Brasil de Fato. É pela democracia, pelo fim do capitalismo patriarcal, pela vida das mulheres que seguiremos em Marcha até que todas sejamos livres!





Levante Popular da Juventude  


O Levante Popular da Juventude é uma organização de jovens militantes voltada para a luta de massas em busca da transformação da sociedade. A nossa meta é organizar a juventude, onde quer que ela esteja, na luta por um PROJETO POULAR para o Brasil. Este Projeto reúne uma série de transformações estruturais essenciais para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. É a partir da defesa dele que lutamos, por exemplo, por saúde e educação públicas de qualidade, por mais direitos para os trabalhadores e as trabalhadoras; pelo combate ao machismo, racismo e LGBTfobia; por uma mídia democrática e em defesa da agricultura familiar.
Deste modo, nos organizamos a partir de três campos de atuação: no meio estudantil secundarista e universitário; nas periferias dos centros urbanos e nos setores camponeses. Nosso principal objetivo é multiplicar grupos de jovens em diferentes territórios e setores sociais, fazendo experiências de organização, agitação e mobilização. Nosso movimento se baseia num tripé: Organização (acúmulo de forças); Formação (práxis transformadora); Lutas (atacar o sistema).
O Levante surgiu dos movimentos populares da Via Campesina, como o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens) e MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores) e a Consulta Popular (CP). Nossas raízes estão nas lutas históricas do povo brasileiro: na resistência dos indígenas durante a colonização; na luta das negras e negros na escravidão; na rebeldia dos jovens que resistiram à Ditadura Militar; na organização das mulheres e LGBTs na luta contra toda forma de opressão. Atualmente, estamos nos 26 estados brasileiros e no distrito federal.


Já se inscreveu no 8º Fórum de Mobilização Antimanicomial do Sertão/ 5ª Mostra de Atenção Psicossocial/ Tenda Marielle Franco? Não?!
Corre lá no site: https://fmasertao.wixsite.com/8fma/
Vocês também podem nos acompanhar pelo instagram NUMANS Sertão e pelo facebook: Facebook do NUMANS



Saudações Antimanicomiais!

domingo, 22 de abril de 2018

A luta por um sertão sem manicômios.

Aqui no hospital ninguém pensa
 Não tem nenhum que pense 
Eles vivem sem pensar 
Comem bebem e fumam 
No dia seguinte querem saber
De recontinuar o dia que passou 
Mas não tem ninguém que pense 
E trabalhe pela inteligência 
Stela do Patrocínio

           Mais um Fórum de Mobilização Antimanicomial está se aproximando! Será sua 8ª edição, em associação com a 5ª Mostra de Atenção Psicossocial, um dos seus frutos. Por falar em frutos, o 8º FMA/5ª MAP é evento que brotou da germinação de um sonho-semente, regado pelo Numans, cuja pertinência e vigor se revela com mais força em 2018: uma sociedade sem manicômios – e, cabe frisar, sem legitimação de “desejos de manicômio”, quiçá integrantes dos modos como temos nos constituído human@s, especialmente em nossa sociedade capitalista ocidental. Assumindo a relação com nosso solo, mas sem distanciamento dessa diretriz maior do Movimento de Luta Antimanicomial em nosso país, reafirmamos, em nossas vidas, a luta por um sertão sem manicômios.
Sim, o lema do 8º FMA/5ª MAP brada que na luta vamos – e precisamos – viver: em defesa do cuidado em liberdade, da autenticação dos diversos modos de levar a vida, da crítica aos moralismos que atravessam supostas práticas de cuidado, da reconfiguração das relações da sociedade com o que quer que se chame de “loucura”, da sustentação da tensão em nossas relações cotidianas com o que diverge dos padrões construídos. Teremos atenção ao “desejo de controle” e à “vontade de verdade” que tão frequentemente governam nossos pensamentos e ações, nos mais diversos cenários da vida. 
Não queremos um “novo normal” ou imposição de uma verdade, mas sim, a valorização da micropolítica na ampliação das redes de conversação, segur@s de que a vida não comporta padronização e de que toda forma de vida merece ser valorizada e defendida. Assumir isso desaloja, pois não há receitas prontas para lidar com a diversidade das formas com que humanos fazem a vida andar, ou para lidar com pessoas cujas existências parecem emperradas, demandando cuidado. Cuidado não rima com confinamento, moralismo, julgamento, constrangimento. Cuidado se afina com tentativa de compreensão, com abertura, com comunicação, com atenção, com produção de bons encontros e de alegria. 
“Transtorno mental” é categoria criada, que merece desconfiança e relativização, tendo em vista tudo o que aprendemos com Foucault. As configurações de sofrimento psíquico intenso existem e são bem reais, assim como o preconceito produzido a partir da criação da “doença mental”. Louc@s pensam, trabalham, amam e vivem. Lugar de “doido” não é no hospício, como tão bem justificado nos versos de Stela do Patrocínio, pois manicômio é lugar de troca zero. Gente é para brilhar: pensar, sentir, viver, amar.
E muito cuidado, você que está aí parado! Você pode ser internado!. Vamos discutir a necessidade de a cidade escutar outras vozes, diferentes das consideradas doces, porque adestradas. Paremos! Escutemos! Reflitamos! A loucura cabe na cidade. A construção de projetos de cuidado no campo da Saúde Mental precisa pôr em questão qualquer perspectiva de um “patológico em si”, que não se relacione com condições de vida e padrões culturais. Padrões foram um dia construídos e legitimados por human@s (que, inclusive, em algumas ocasiões se acharam deuses ou se assumiram como emissários divinos), aspecto de que nos esquecemos ou somos levad@ a esquecer. 
Tais padrões precisam ser reconhecidos como circunstanciais e, em geral, correspondendo a interesses específicos de grupos hegemônicos. Brancos, homens, ricos, heterossexuais... Condições que sustentaram por anos a incorporação de um suposto “bem”, de modo que seus representantes se destacaram como opressores nas relações de poder. Contudo, já avançamos em nossas produções sociais – com significativa força de movimentos sociais variados –, que puseram a hegemonia de tais condições em questão: tudo decorre de uma produção histórica, com marcas de mãos humanas. Não é mais tão fácil que discursos bonitos, mesmo investidos de pretensas verdades científicas, nos iludam. Estamos vigilantes! 
A luta das mulheres, na contemporaneidade, é uma das vias que têm nos revelado o desmonte de certas “verdades” que engolimos por séculos. Sim, mulheres pensam e trabalham; homens choram – com todo o direito de chorar; pobreza não é condição natural; louc@s transitam na vida e na cidade etc. etc. etc. Por isso, em 2018 o evento terá uma marca feminina e – por que não assumir – também feminista. Daremos mais espaços a essas vozes femininas, que sempre estiveram por aí, mas nem sempre sendo ouvidas com o devido reconhecimento. Por isso a cor lilás, para marcar essa decisão. 
Em tempos sombrios como os que atravessamos em nosso país, que refletem uma onda conservadora que grassa pelo mundo afora, estamos atent@s e fortes para resistir, pois isso também passará. Já sabemos que pode ser diferente! Nenhum direito a menos. Marielle Franco vive, em nós – human@s que defendem a vida independentemente de um padrão específico. Por tudo isso e em reverência à polifonia expressa nesse texto, entoamos a quem topar entrar na nau de nossa luta cotidiana: saudações antimanicomiais!

Sertão do Submédio São Francisco, 20 de abril de 2018.

quinta-feira, 19 de abril de 2018

Marielle Franco, Presente!



Vivemos em uma sociedade onde as diferenças de gênero são estruturantes, colocando homens e mulheres em lugares desiguais a partir de uma lógica de hierarquização que considera os homens superiores as mulheres. Este modo de organização social causa situações diversas de violências contra as mulheres. Nesse sentido, compreendemos que as opressões diárias provocam atravessamentos na saúde mental das mulheres e quando olhamos para populações específicas os relatos são mais difíceis pois trazem atravessamentos de diversas iniquidades de saúde, as mulheres negras são vítimas do racismo, as mulheres lésbicas, bissexuais e trans vítimas da LBTfobia, etc.
Originalmente esse espaço é construído enquanto Tenda Paulo Freire, tendo o objetivo de pautar práticas contra hegemônicas sobre produção de cuidado, saúde e vida propondo perspectivas advindas do campo popular. Esse ano a proposta da Tenda Paulo Freire está sendo construída como Tenda Marielle Franco. E nomear o espaço em homenagem à Marielle Franco é, além de homenagear, sinalizar que estamos atentas a todas as formas de violências e opressões, atentas e fortes para seguir desconstruindo esse ciclo de desigualdades. Marielle, mulher negra, lésbica, nascida na favela da Maré, militante feminista que pautava a construção de políticas públicas para as mulheres e estava na linha de frente no enfrentamento à intervenção militar no Rio de Janeiro nos inspira e nos convida a continuar lutando pela democracia, pelo fim do patriarcado, do racismo e da LGBTfobia e contra os desejos de manicômio.
Nos dias 15, 16 e 17 de maio de 2018, no Complexo Multieventos da Univasf - Juazeiro/BA, a representatividade das mulheres no 8° Fórum de Mobilização Antimanicomail/5° Mostra de Atenção Psicossocial/Tenda Marielle Franco vem marcar que continuaremos lutando para que a violência contra a mulher seja combatida em todos os espaços sociais. Nessa construção, o Núcleo de Mobilização Antimanicomial do Sertão, a Marcha Mundial das Mulheres (Núcleo Sertão), a Associação Sertão LGBT, o Coletivo Sexualidades no Plural, a Rede de Mulheres Negras de Pernambuco (Núcleo Sertão), o Levante Popular da Juventude (Vale do São Francisco) e o Fórum Acadêmico de Saúde/UNIVASF afirmam que as mulheres hetero, lésbicas, bissexuais e trans, as mulheres pretas, indígenas, quilombolas, as mulheres das periferias, as mulheres do campo sertanejo ocupam este espaço pelo fim da violência contra as mulheres e por uma RAPS que compreenda as suas demandas através do olhar implicado com a contextualização de suas histórias individuais e coletivas de vida.

Marielle, Presente!

Núcleo de Mobilização Antimanicomial do Sertão
Marcha Mundial das Mulheres (Núcleo Sertão)
Associação Sertão LGBT
Coletivo Sexualidades no Plural
Rede de Mulheres Negras de Pernambuco (Núcleo Sertão)
Levante Popular da Juventude (Vale do São Francisco)
Fórum Acadêmico de Saúde/UNIVASF


segunda-feira, 9 de abril de 2018

Nota de repúdio do Cebes-DF referente à debate que propõe "Novo Sistema Nacional de Saúde"

"O Cebes repudia veementemente a proposta apresentada por uma Federação Brasileira de Planos de Saúde (FEBRAPLAN) para construir sistema de saúde em substituição do Sistema Único de Saúde (SUS).
O SUS foi criado na mesma época histórica da Constituição Federal. Afirma essencialmente que saúde é direito de todos e dever do Estado. Segue tendências de países que oferecem um sistema universal, garantindo bem estar a toda sua população, como o Canadá e o Reino Unido. 
Fazer um sistema de saúde a partir dos planos de saúde, como ocorre nos Estados Unidos, prejudica os mais pobres, que passam a morrer por não terem dinheiro para tratamento de saúde. Além disso, é irracional, em termos econômicos, sendo muito mais caro e ineficiente. Os mesmos Estados Unidos gastam muito mais em saúde para obterem resultados muito piores em termos de expectativa de vida ou mortalidade infantil, por exemplo. 
O SUS nunca foi adequadamente financiado, e uma das razões é o excesso de benefícios fiscais que os planos de saúde ganham do Estado. Outro ataque que irá estrangular o SUS é a Emenda Constitucional 95, de teto de gastos, que irá congelar os investimentos em saúde, educação e assistência social pelos próximos 20 anos.
Ao invés de construir um novo sistema de saúde, o que precisamos é fazer cumprir o que está previsto no SUS, financiando adequadamente o sistema, e impedindo que os planos de saúde se apropriem indevidamente desses recursos.
Em meio a esse afronta ao direito à saúde legitimado pela constituição, conclamamos à todas e todos para que debates e discussões locais sejam orientadores da 16¤ Conferência Nacional de Saúde em 2019. Em defesa da democracia e do SUS público, gratuito e de qualidade!"

O NUMANS está atento às ameças ao Sistema Único de Saúde e as implicações delas no modelo de cuidado que estamos construindo desde a Reforma Sanitária. Somos contrários aos retrocessos e às reformas que propõe modelos de cuidado longe dos territórios vivos, sem acesso igualitário, universal e integral.

Saudações Antimanicomiais!
Na luta vamos viver: pelo cuidado em liberdade!
Há braSUS!